Em Portugal
A violência contra as mulheres e a violência doméstica é crime público e uma responsabilidade coletiva. A Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, que abrange atualmente 95% território nacional, incluindo respostas especializadas de atendimento e acolhimento, registou até final do passado mês de setembro 97.172 atendimentos.
Liguem 800 202 148 ou enviem uma SMS para o 3060 para contribuir para a vigilância e prevenir ativamente a violência doméstica, visto que, tal como refere o Paulo Sérgio Pinto no seu blogue Homens a Conversar:
… temos visto a imagem do arco-íris e mensagem associada de apoio a quem está a sofrer com a covid de que “tudo vai ficar bem”, mas, como bem lembra a campanha lançada pelo governo com o apoio de várias associações, “enquanto houver uma mulher vítima de violência doméstica, não vai ficar tudo bem”!
Na União Europeia
No âmbito da UE, a exposição «Que roupa estavas a usar?» está a decorrer desde dia 16 de novembro no edifício Berlaymont, a sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, por iniciativa da comissária Helena Dalli no contexto do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. A exposição, organizada em colaboração com a Amnistia Internacional, põe em causa mitos relevantes que fomentam a cultura da violação e a culpabilização das vítimas na sociedade. O objetivo é desmistificar que o uso de roupas provocativas pelas vítimas é um dos motivos que leva a crimes de violência sexual, visto que as roupas que estas usavam no dia em que foram agredidas são “normais”.
Mais informações sobre a violência baseada no género e as medidas da Comissão para eliminar este tipo de violência estão disponíveis aqui.
Na ONU
A ONU lançou a sua comemoração oficial do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres ontem, com as performances da MC Soffia, do Brazil e da banda Roma feminina da Sérvia, Pretty Loud.
O evento foi apresentado pela Taskforce “Generation Equality Youth” e decorreu em Inglês, com interpretação simultânea nas 6 línguas oficiais da ONU e em língua gestual.
Contou com oradoras/es como o Secretário Geral António Guterres, o Presidente da Assembleia Abdulla Shahid, a representação da UN Women Sima Bahous, a Embaixadora da Boa Vontade, Cindy Bishop, o Relator Especial sobre as Causas e Consequências da Violência Contra as Mulheres, Reem Alsalem, a Investigadora e Diretora do Centro da Liderança Global das Mulheres, Charlotte Bunch, várias/os líderes e mediadoras/es da Coligação sobre a Violência de Género, ONGs e associações civis pelos direitos das mulheres do Afeganistão, do Haiti e do resto do mundo. Foi uma ocasião para lembrar o contexto da violência contra as mulheres em 2021 e lançar a campanha das Nações Unidas para acabar com a violência contra as mulheres, que apresentamos a seguir.
Contexto das Campanhas 2021 para Acabar a Violência Contra as Mulheres
Durante a pandemia, o número de telefonemas para linhas de apoio a vítimas de violência perpetrada por parceiros íntimos aumentou 5 vezes em alguns países.
Para além do impacto da COVID-19, há um crescimento óbvio da violência generalizada contra as mulheres devido a catástrofes naturais como o terramoto no Haiti e devido a guerras e conflitos, como o que ocorre atualmente no Afeganistão. É, portanto, vital que se elimine esta violência generalizada contra as mulheres e se procure manter os avanços feitos relativamente aos direitos das mulheres.
Por estes motivos, a campanha UNiTE vai focar-se nas interconexões entre as rápidas alterações que estão a ocorrer nos contextos de crise, e o aumento da violência contra as mulheres e meninas sob todas as suas formas em 2021, com o tema “Orange the world: End violence against women now!”
Mais informações sobre a campanha para colorir o mundo com a cor laranja e acabar com a violência contra as mulheres agora, aqui.